sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Ele puxou-a pela mão e sentou-a na cama. Ela parecia cansada, sentou-se na cama e ele sentou-se à sua frente.
O olhar dele incidiu sobre ela, os seus olhos eram lindos e misteriosos e ela nunca tinha reparado, eram tingidos de cinza mas também de um azulado vibrante.
Todos dizem que os olhos são o espelho da alma, mas no caso dele era uma exceção pois ela não conseguia ver o transparecer dos seus sentimentos através do seu olhar.
Ela não sabia o que ele poderia estar a pensar. Ele era misterioso, ele era diferente, ele era quem lhe dificultava a escolha.
Não tardou muito a sentir a leve pressão que os lábios dele faziam contra os seus. Deixou que ele a beijasse e correspondeu lentamente. Sem parar de beijá-lo, virou-se para ele e abraçou o seu corpo. Ambas as mãos corriam pelos corpos cobertos de roupas graças ao frio imenso que fazia, mas ambos os corpos emanavam calor.
Gostava de sentir o seu abraço, apesar disso ela não sentia aquele tremor, ele não a fazia estremecer, os seus beijos não a deixavam tonta e sem fôlego, o seu toque não a deixava oscilante…com ele não sentia as pernas bambas nem as borboletas no estômago…isso só era possível com uma única pessoa.
- "Passa-se alguma coisa?" - Ele perguntou quando ela hesitou por um instante, parecia confusa e pensativa.
Ele fitou-a inexpressivo e, então, ela suspirou e olhou para ele sentando-se ao seu lado na cama.
- "Não me importo, sei que a tua cabeça anda às voltas…" - Ela voltou a suspirar e colocou as mãos sobre o seu rosto sem saber o que fazer.
- "Não dá para ignorar mais. Isto não está certo." – Disse ela por fim, sentindo-se culpada e triste - "Eu... Eu não entendo. Eu não posso fazer isto, mas eu faço." - continuou ela, olhando em frente, como era seu hábito não gostava de olhar as pessoas nos olhos.
- "De repente perdemos o controle das nossas ações, tudo parece estranho e confuso e precisamos de alguém para nos ajudar a entender o mundo. E eu acho que estou aqui para isso, para te ajudar a entender." – Ele decidiu falar, agarrou-a nos dois ombros e fez com que ela o enfrentasse - "Eu posso ser esse alguém que está aqui para de dar a mão."
Ela ganhou coragem para o enfrentar, olho-o nos olhos e pediu-lhe diretamente: - “Não te apaixones por mim...".
- “Sinto muito em confessar-te isto, mas acho que isso já aconteceu." – Ambos fixaram os olhos um no outro, sem conseguirem decifrar o que poderiam estar a pensar.
Foi nesse momento que ela se sentiu perdida…desejou nunca ter deixado as coisas irem tão longe…
- “ Pois eu não sinto o mesmo por ti…eu nunca conseguirei amar outra pessoa para além dele…nunca.”

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