Ele puxou-a pela mão e
sentou-a na cama. Ela parecia cansada, sentou-se na cama e ele sentou-se à sua
frente.
O olhar dele incidiu
sobre ela, os seus olhos eram lindos e misteriosos e ela nunca tinha reparado,
eram tingidos de cinza mas também de um azulado vibrante.
Todos dizem que os
olhos são o espelho da alma, mas no caso dele era uma exceção pois ela não
conseguia ver o transparecer dos seus sentimentos através do seu olhar.
Ela não sabia o que
ele poderia estar a pensar. Ele era misterioso, ele era diferente, ele era quem
lhe dificultava a escolha.
Não tardou muito a
sentir a leve pressão que os lábios dele faziam contra os seus. Deixou que ele
a beijasse e correspondeu lentamente. Sem parar de beijá-lo, virou-se para ele e
abraçou o seu corpo. Ambas as mãos corriam pelos corpos cobertos de roupas
graças ao frio imenso que fazia, mas ambos os corpos emanavam calor.
Gostava de sentir o
seu abraço, apesar disso ela não sentia aquele tremor, ele não a fazia estremecer,
os seus beijos não a deixavam tonta e sem fôlego, o seu toque não a deixava
oscilante…com ele não sentia as pernas bambas nem as borboletas no estômago…isso
só era possível com uma única pessoa.
- "Passa-se alguma
coisa?" - Ele perguntou quando ela hesitou por um instante, parecia
confusa e pensativa.
Ele fitou-a inexpressivo
e, então, ela suspirou e olhou para ele sentando-se ao seu lado na cama.
- "Não me importo,
sei que a tua cabeça anda às voltas…" - Ela voltou a suspirar e colocou as
mãos sobre o seu rosto sem saber o que fazer.
- "Não dá para
ignorar mais. Isto não está certo." – Disse ela por fim, sentindo-se
culpada e triste - "Eu... Eu não entendo. Eu não posso fazer isto, mas eu
faço." - continuou ela, olhando em frente, como era seu hábito não gostava
de olhar as pessoas nos olhos.
- "De repente
perdemos o controle das nossas ações, tudo parece estranho e confuso e
precisamos de alguém para nos ajudar a entender o mundo. E eu acho que estou
aqui para isso, para te ajudar a entender." – Ele decidiu falar, agarrou-a
nos dois ombros e fez com que ela o enfrentasse - "Eu posso ser esse alguém
que está aqui para de dar a mão."
Ela ganhou coragem
para o enfrentar, olho-o nos olhos e pediu-lhe diretamente: - “Não te apaixones
por mim...".
- “Sinto muito em confessar-te
isto, mas acho que isso já aconteceu." – Ambos fixaram os olhos um no
outro, sem conseguirem decifrar o que poderiam estar a pensar.
Foi nesse momento que
ela se sentiu perdida…desejou nunca ter deixado as coisas irem tão longe…
- “ Pois eu não sinto
o mesmo por ti…eu nunca conseguirei amar outra pessoa para além dele…nunca.”
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